domingo, maio 15, 2011

Homofobia e Heterofobia


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"O que os defensores desses movimentos não notaram,

hoje, é que eles viraram um movimento fascista,

de conotação totalitária e que exigem à submissão total

da sociedade às suas teses e às suas vontades.

Isso é patético."

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Júlio Cesar de Lima Prates*

Blog do Jornalista Prates

Poucas pessoas, dentro da sociedade santiaguense, tiveram uma posição tão clara quanto a minha no campo dos direitos civis. Sempre opus-me a discriminações das minorias, nunca tive medo de assumir minhas posições, sempre defendi o direito de escolha das pessoas e até paguei um preço muito alto por viver numa sociedade conservadora.

Agora, ontem observando a histeria daquela senadora do PSOL contra o direito do deputado Jair Bolsonaro ser contra o movimento gay, fiquei refletindo seriamente. O que esse movimento gay e petista quer, hoje, é que todo mundo pense igual, não aceitam divergências, todos têm que aceitar o que eles dizem e o que eles querem e mandam para o pelotão de fuzilamento quem pensa diferente.

Pelo amor de Deus, eu não concordo em quase nada com o Bolsonaro e nem como as pessoas que estão com ele, mas eles tem o absoluto e sagrado direito de serem contra os gays, legalização civil de pessoas do mesmo sexo e tudo mais. O que os defensores desses movimentos não notaram, hoje, é que eles viraram um movimento fascista, de conotação totalitária e que exigem à submissão total da sociedade às suas teses e às suas vontades. Isso é patético.

O que eu vi, em todos os canais de televisão, foi a senadora do PSOL agredindo ao deputado Bolsonaro. E mais: vi ele ser xingado... e ouviu tudo calado. E ele estava apenas externando sua posição, a qual, todos nós - realmente democratas - devemos lutar e assegurar. É só o que falta uma pessoa não poder mais se manifestar contra práticas gays e afins, ainda mais um deputado federal, investido de mandato e legitimado pela expressão dos seus eleitores. E a maluca ainda disse que vai representar contra e todo mundo silencia. Mas que ditadura é essa que estamos criando em nosso pais?

Eu acho legítimo e ninguém me tira da cabeça isso, as pessoas poderem ser contra ou a favor de uma determinada tese em debate na sociedade. Ninguém é obrigado a aceitar casamento gay, ninguém é obrigado a aceitar casamento heterossexual, ninguém é obrigado a nada.

Acendi uma luz dentro de mim. Tem alguma coisa errada no meu Brasil. Salvo engano, o fascismo está correndo solto e eu ainda não tinha notado.



Júlio César de Lima Prates, é jornalista gaucho da cidade de Santiago; graduado em Sociologia e Direito; pós-graduado em Produção Textual e autor de seis livros.



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