sábado, dezembro 10, 2011

Sensibilidade, Consciência e Conveniência

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"Nossas vidas começam a perder o sentido
no dia em que ficarmos calados,
diante de coisas que importam."

Martin Luther King Jr.

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João Cruzué

Meu DVD da "Paixão de Cristo" ficou com defeito, e eu fui, e comprei um novo. É muito fácil escrever para os outros, mas hoje quero escrever também para mim. Afinal, com quase 56 anos, já possuo sensibilidade o bastante para conhecer, diante das circunstâncias, as opções de caminhos a tomar, tendo por foco nossas reações às cenas e fatos do cotidiano.

Quando Jesus esteve diante do Sumo Sacerdote judeu, este perguntou: És tu o Messias, filho do Deus Bendito? E diante dela, Jesus não pode permanecer em silêncio e deu testemunho de boa confissão, mesmo sabendo que a resposta o levaria à morte: Eu o sou. E vereis o Filho assentado à direta do poder de Deus.

Como em prova de concurso ele tinha cinco opções:

( a ) O silêncio.
( b ) Eu sou.
( c ) Talvez.
( d ) Depende.
( e ) Não sou.

Se Ele ficasse em silêncio, teria livrado a sua pele, mas perderia a comunhão com o Pai. Às vezes, o silêncio de apenas alguns segundos, diante de uma circunstância em que é imprescindível dizer algo, é o bastante para entristecer o Espírito Santo. Vou especular: Se houvesse 100 pessoas presenciando aquela cena, e Cristo precisasse de uma testemunha que dissesse algo em seu favor, provavelmente 99 ficariam em silêncio, pois nenhuma teria o interesse de se comprometer.

Isso mudou?

Jesus não hesitou: Eu sou. Eu sou o Filho do Deus Bendito.

Nas opções "c" e "d", talvez alguém falasse, dependendo de antemão de um desfecho favorável. Timidez e interesse. Se é vantajoso, diante das circunstâncias, confirmar a divina filiação, então eu sou. Se vou ganhar algum prêmio ou honraria, também eu sou. Se não há risco algum de me revelar, então eu o sou. Mas se o que vier a seguir é ruim, então eu não sou.

O Talvez é uma palavra morna. Nem sim, nem não. A terceira via - nem muito estreita, nem muito larga. O caminho das aparências. Se alguém perguntar: Aquele pastor, aquele cristão, aquela mulher do pastor, é mesmo crente? A resposta poderia ser: Talvez... Não há como perceber.

E se alguém hoje fosse convidado a aceitar Jesus ou a trabalhar no ministério a resposta poderia ser: Depende. Depende de quanto...

Pedro, diante das acusações de que ele também seria um dos discípulos de Jesus, optou pela alternativa "e": Não sou; não conheço este homem, nunca vi este homem, não faço a mínima ideia de quem seja. Entre vender Jesus e negar Jesus não há tanta diferença. A diferença foi que, ao trocar Jesus por 30 moedas de prata, o diabo assenhoreou-se completamente da vida de Judas. E ao negar Jesus, Pedro entristeceu o Espírito Santo
. Se não fosse a iniciativa de Jesus de orar e depois procurar Pedro para restaurar sua fé, ele teria morrido de remorso.

São pequenos detalhes que produzem uma grande diferença. Poucos centímetros de erro na base, produzem uma grande diferença no topo. Olhando para a beleza, nada é notado. Uma vez tive um sonho com um prédio de Igreja. Diante de uma laje caída, uma voz respondeu:

--Puseram pouco cimento.

Não é fácil, pelo menos para mim, tomar uma decisão rápida diante de uma situação momentânea ou duradoura. Para isso eu deveria fazer uma sintonia fina do meu coração com a voz do Espírito Santo. Quando é, e quando não é, da vontade de Deus?

Creio que se eu procurar melhorar os meus ouvidos, e colocar meus olhos em segundo plano, vou perceber os pequenos detalhes que estão escondidos por trás das palavras e das circunstâncias.







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