segunda-feira, agosto 08, 2016

Igreja Evangélica - projeto político ou projeto de evangelização?


O Brasil para Jesus Cristo
JOÃO CRUZUÉ

Em termos estratégicos, o que é mais promissor para os Evangélicos: um projeto de representação política voltado para a defesa da fé e dos bons costumes cristãos ou um projeto de evangelização estimulado para cada congregação? Há um bom tempo tenho escrevido sobre isto e gostaria de dar minha opinião mais uma vez para marcar posição.

Em uma análise fria, os evangélicos cresceram muito no Brasil dos anos 90 para cá utilizando com sucesso um projeto centrado em veículos de comunicação em massa. A comunicação mostrava que pessoas cheias de problemas eram libertas e alcançavam prosperidade através do Evangelho, se bem que arrastando a brasa para o nome da denominação.

Por outro lado, o apelo excessivo em cima do dinheiro tornou algumas denominações detestáveis aos olhos dos não cristãos, que costuma ver as coisas com mais clareza, pois não estão sujeitos, todo dia, a processos de lavagem cerebral.

O Evangelho é um coisa boa? É excelente! Ele é, e sempre será, as Boas Novas de Deus para a humanidade. Jesus Cristo salva, perdoa, levanta, abre portas fechadas, reconcilia com Deus, transforma qualquer pecador é uma pessoa-benção para a sociedade, prospera, cura, expulsa demônios, alegra o coração, ressuscita mortos, recupera das drogas, batiza com o Espírito,  etc.

Tenho visto no noticiário atuais análises políticas que mostram uma vantagem dos candidatos evangélicos nas eleições para cargos representativos, dado a uma melhor comunicação dentro de suas Igrejas. Espera-se, dizem os especialistas, que 30% das casas legislativas estarão ocupadas por líderes evangélicos, sejam pastores ou artistas. Ao meu ver, nada de mais, uma vez que proporcionalmente, o número de evangélicos neste país já passa está na casa dos mesmos 30%. Esta conquista, ao meu ver, não vai ser alcançada por um projeto político, mas por um esforço de evangelização em curso.

As lideranças das grandes denominações erram em pensar que ao separaram pastores de filhos de pastores presidentes para uma candidatura política estarão resolvendo o problema do avanço da secularização e apodrecimento da sociedade. Isto, na verdade, é o avanço da secularização dentro da Igreja, tendo como protagonista a própria liderança da Igreja. O carro na frente dos bois.

E como deveria ser?

A liderança da Igreja, segundo está no primeiros capítulos do livro de Atos dos Apóstolos, deve se ocupar  em criar e LIDERAR um projeto de evangelização vigoroso, para que as congregações dobrem de tamanho a cada três a cinco anos. As Igrejas, depois de grandes, se tornam especialistas em burocracia e ao mesmo tempo tira o foco da prática do Evangelho.

Se a membresia da Igreja dobrar de tamanho a cada cinco anos, em não menos que 30 anos a população cristã do Brasil será maciçamente evangélica. E sendo assim, a defesa dos princípios da fé cristã não se dará no âmbito político, mas em cada família brasileira. É falta de sabedoria, por exemplo, votar uma lei que determina a colocação de uma Bíblia em uma repartição pública, se a sociedade for de maioria secular.

Prefiro uma sociedade cristã a um parlamento majoritariamente religioso. As experiências do passado mostram que o fundamentalismo religioso enraizado no poder é nefasto e perigoso. O equilíbrio e o respeito é o melhor caminho. Se a sociedade for majoritariamente cristã, não haverá parlamento que lhe seja surdo, por puro bom senso.

Assim, já passa da hora de abrir os olhos para ver. Estrategicamente, é muito melhor e mais barato desenvolver e colocar em funcionamento um projeto de evangelização que envolva toda congregação, cada membro da Igreja, de forma racional e sábia, do que eleger um político cristão com o propósito de mudar uma sociedade de hábitos e costumes seculares. 



cruzue@gmail.com


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