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sábado, dezembro 09, 2017

A cracolândia e os direitos humanos


Por João Cruzué


Depois de 9 anos, fiz uma visita  não planejada à Cracolândia. Em 2008, havia apenas poucos grupos de pessoas com seus isqueiros acendendo malditos cachimbos. Ontem, eu passei pela região e tenho algumas coisas aterrorizantes para contar.

Perto das 11 horas, estava no carro,  quando nos aproximamos da Rua Mauá. A Rua estava interditada por dois policiais com uma farda desconhecida para mim. O motorista mostrou o crachá para um deles e perguntou se alguma grande operação estava sendo realizada no local. Para nossa surpresa, o policial disse que aquele aglomerado de umas 200 pessoas era só a rotina do dia a dia.

Da janela do carro eu saquei o celular e fui clicando aleatoriamente pela janela. Todas as fotos abaixo foi tirada por mim.

Um pouco mais à frente, em um lugar perto da Estação Julio Prestes havia uma praça vazia com todo tipo de lixo espalhado pelo chão.

Veja as fotos, de depois não deixe de ver o que vou escrever no final.















Voltamos pelo mesmo caminho umas duas horas depois. Estava vendo estas pessoas na foto?  Perto da 13:00, havia o dobro de pessoas no mesmo lugar. Parecia um grande formigueiro brotando de dentro do inferno. Se às 11 horas eram 200, a uma da tarde deviam ser umas 400.  

Sabe a Praça vazia, onde havia lixo de todo tipo espalhado pelo chão de terra batida? Se pela manhã não havia uma pessoa no lugar, às 13:00 horas estava cheio de noias - termo que estas pessoas são chamadas.

Agora vou reportar o que ouvi das pessoas com quem conversei durante meu trabalho externo. 

Todas elas diziam que aquelas pessoas estão completamente abandonadas. São os direitos humanos da Cracolândia.  Eu ouvi que aquelas pessoas são como bichos. Acham que ninguém vai mover um dedo para resgatá-las.  

Uma multidão de viciados em crack catando papel no meio da rua para juntar R$ 10,00.  Se de um lado as Autoridades estão com as mãos atadas por causa dos DIREITOS humanos, os traficantes estão deitando e rolando. A cada semana mais noias  chegam à Cracolândia.

Se em 9 anos a quantidade de viciados  se  multiplicou,  das 500 pessoas que devem estar ali hoje,  em mais 2 anos, se nada for feito, vão ser 2.000. Em 3 anos, 3.000,  e em 10 anos o Centro de São Paulo vai se tornar uma região muito perigosa para morar, trabalhar e viver. 

Por que? Porque é bom para os negócios dos traficantes de drogas. Eles não estão nem aí para os Direitos Humanos.

Exagerado?

Compare as fotos da Cracolândia de 2008 com as fotos de agora!