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terça-feira, dezembro 09, 2014

Os túneis da linha amarela do metrô de São Paulo


João Cruzué


A linha quatro do Metrô de São Paulo tem o nome Linha 4-Amarela. Sou seu usuário desde 2011, quando ia de Pinheiros à Paulista. Dali, baldeava para a Linha 2-Verde, descia na Estação Paraíso, para fazer a última baldeação no Paraíso e seguia na Linha 1 Azul até a Estação Tucuruvi. Hoje embarco na Estação Pinheiros e, se saio mais cedo, desço na Estação Luz para caminhar até perto da Praça da Sé. Semana passada, eu matei minha curiosidade, embarcando na primeira porta e me debrucei junto ao vidro do para-brisa do trem, para olhar toda a extensão dos túneis, desde a Estação Pinheiros até a Estação da Luz.

Cruzando por cima das pistas da Marginal Pinheiros, eu tenho acesso àquele prédio redondo, com muitos lances de escadas rolantes, chegando há uns 50 metros de profundidade. Geralmente, um terço das pessoas não gostam de descer pelas escadas rolantes. Vão a pé pelas escadas "andantes", e bem lá embaixo, usam apenas uma vez as escadas rolantes. Eu desço ouvindo as notícias do dia e só desligo o rádio do celular na chegada à plataforma de embarque.

De bruços sobre o balcão do para-brisas esquerdo do primeiro carro do Metrô da Linha 4-Amarela eu comecei a olhar o túnel à minha frente. É curva para a esquerda, depois ainda mais à esquerda ainda, depois as curvas seguem para a direita, subindo, até a Estação Paulista/Consolação. Dali para frente, começa a descida. Nos primeiros metros de cada linha, depois da estação, tem uma área de escape para que um trem possa sair de uma linha para acessar a outra. Na Estação Paulista, há um terceiro trecho de trilhos que, se precisar, cabe uma composição inteira. 

Os túneis são recheados de grossas placas de concreto e aço,  formando uma semi-circunferência de boca para baixo. O curioso é que você olhando de dentro do primeiro carro, parece que a roda do trem está mais para dentro, por causa do trilho, da a sensação de que o trem é muito mais largo que o trilho. 

Várias trens vinham de encontro ao nosso, e a distância entre dois três seguindo em sentidos opostos, deve ser coisa de uns 80 cm. Na Estação Paulista o túnel tem o dobro da largura, e também um pouco mais alto. Por cima de cada estação tem um mezanino, onde os passageiros transitam de um lado para outro para embarcar no trem.  Ainda não estão prontas as Estações Oscar Freire e Mackenze. O mezanino da Oscar Freire está sendo feito agora

Muito interessante é a mídia underground, aquela sequência de uns 100 a 200 metros de TVs digitais, do lado direito de quem sobe da Estação Fradique Coutinho para a Paulista. Aquela tartaruga colorida nadando vagarosamente nas águas claras do mar, é de uma beleza ímpar.

E, embora, nem todos passageiros saibam que aquilo não tem maquinista, é assim que é: sem maquinista. Dizem que o controle é como joystick de videogame. Mas quando o condutor fala, parece que o maquinista está dentro do trem - mas só parece.

O que melhorou?

Se antes um passageiro que quisesse  sair do centro para chegar em Santo Amaro ou ao Grajaú precisavam perder 30, 40 minutos, indo de ônibus pela Av. Nove de Julho até a Estação Cidade Jardim da CPTM, hoje, com 12 minutos você sai da Praça da Sé do Metrô e chega na Estação Pinheiros da CPTM. Para muita gente, o deslocamento da Periferia até o Centro foi encurtado de uma a duas horas. O que muita gente não esperava, eu acho, é que não houvesse tanto passagem na hora do rush para usar a Linha 4-Amarela.

E tudo debaixo do chão. Antes de terminar, colocaram uma decoração de festa de final de ano. Nos ambientes dos três da Linha 4, do teto ao chão, ficou um ambiente de sala de jantar em dia de Ceia de Natal. 



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domingo, agosto 26, 2012

Crônica de uma quinta-feira no Metrô

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 João Batista Cruzué


Definitivamente eu cortei meu cordão umbilical com carros. Embora o peso não baixe de jeito nenhum, eu sou fã de andar a pé.  Já adotei o Metrô e a CPTM como minha condução cotidiana, descendo uma ou duas estações antes do meu trabalho, para fazer minha caminhada e orações.

Ano passado, por este final de agosto, já tinha caminhado uns 500 km a mais que este ano. Fiquei um pouco frustrado, pois quanto mais andava mais dava vontade de comer. No final do ano, a balança nem se mexeu. Este ano, estou com menos quilometragem. 
Sair da Zona Sul para a Praça da Sé de carro durante a semana, nem pensar!  Eu vou pelo Sistema Metropolitano de São Paulo. No trecho que faço, eu baldeio três vezes: de metrô para trem e de trem para metrô. Desço na República e vou caminhando.

Mas este ano as "zicas" que estão acontecendo nos trens e metrôs têm passado dos limites. Pode ser coincidência, mas assim que começou o horário eleitoral, o transporte, que vinha rodando macio como uma seda, degringolou de vez. É trem e metrô quebrado para todo lado. Ishhh!

O ápice desta quebradeira aconteceu  na quinta-feira passada, dia 23 de agosto, quando o caos se instalou a partir da Linha Azul do metrô.  Saí do trabalho já perto das 08 da noite, quando comprei o jornal e desci nas escadas  da Estação Sé. No meio da escada, eu já tinha tomado a decisão de voltar. 

Parecia até um comício. Um  mar de gente nas filas das catracas. E uma fila única saindo daquela massa, serpenteava pelo restante do da Estação. Na descida, olhei tudo aquilo e mais: não conseguia saber onde ficava o começo nem o fim daquela fila. O povo esperava com paciência uma coisa que não viria em boas duas horas. Eu saí, e fui a pé até a Estação República, de lá usei a Linha Amarela até Pinheiros e voltei tranquilo para casa.

No outro dia fiquei sabendo dos detalhes do caos. Uma composição do metrô tinha quebrado perto da Estação da Luz. Uma fumaça negra começou a penetrar nos vagões, de trás para frente. No meio daquela fumaça, o pânico explodiu.  Pessoas atemorizadas com a possibilidade de fogo, dentro de um tubo de concreto embaixo da terra, não pensaram duas vezes: quebraram vidros e abriram portas, para fugir da fumaça ou quem sabe do fogo.  O efeito dominó se propagou para todas as Estações da Linha 01. Tudo parado. Houve gente que ficou duas horas em composições paradas nas estações e entre estações.  

O reflexo da paralisia da linha 01 atingiu a Linha Vermelha, Itaquera-Barra-Funda. E não ficou só nisso: Quem usava a Linha Verde, Vila Madalena-Vila Prudente, também sofreu. Era impossível no começo da noite descer na Estação Consolação para embarcar na Linha Amarela, Pinheiros-Estação da Luz.

Um dia antes, na quarta-feira, eu precisei baldear em 05 conduções para chegar ao Centro. Na quinta pela manhã, eu nem usei o Sistema Metropolitano porque um trem estava quebrado na Estação Granja Julieta. E à noite foi o ápice do caos.

Curiosamente, tudo isto começou no dia 22 de agosto de 2012. Um dia depois do início da propaganda eleitoral gratuita na TV.  Como foram quatro eventos consecutivos, deixei de crer que em coincidências e passei a acreditar que esse caos foi planejado.



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quinta-feira, agosto 23, 2012

Quebras do Metrô SP - coincidência ou sabotagem?



João Cruzué

Data: 23.08.2012

Ontem pela manhã, uma composição do Metrô da Linha Lilás, que liga o Largo Treze de Maio ao Capão Redondo, quebrou entre as estações Campo Limpo e Capão Redondo. Um passageiro me contou que precisou tomar cinco conduções, em lugar de uma, para chegar até o Centro de São Paulo.

Hoje pela manhã, um trem da Linha Nove da CPTM (Osasco - Grajaú) também quebrou perto da Estação Granja Julieta. 

Mas o pior veio no começo da noite, quando uma composição da linha Azul (Tucuruvi - Jabaquara) quebrou na Estação da Luz. Estações fechadas, pessoas presas dentro de vagões entre estações, gente passando mal e uma fila danada dando inúmeras voltas dentro da  Estação Sé.

E eu comecei a me peguntar. 

Não foi ontem que começou o horário eleitoral? Como é que de repente o sistema metropolitano - da Cidade de São Paulo - começou a quebrar em sequência, irritando e atrapalhando a vida de milhares de paulistanos. 

É apenas uma coinciência ou algum grupo está mandando sabotar a manutenção desses trens com interesses eleitoreiros? Com a palavra, o Ministério Público. Se for mesmo sabotagem, a "quebra" de trens vai continuar com esta incrível frequência.

P.S. 
No dia seguinte à postagem, também quebrou um trem na linha 08 - Diamante, deixando na mão os usuários que iam da Estação Júlio Prestes até Itapevi.







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