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sábado, agosto 13, 2011

Os lírios do campo


Foto: Joao Cruzué
Lírio vermelho-fogo do Vale do Rio Caratinga

Lírios Vermelhos
Foto de Lírio vermelho da Internet
João Cruzué

Uma das coisas mais belas da minha terra, o lungar onde passei minha adolescência, é lírio vermelho. Não é um vermelho qualquer, mas uma cor parecida com o fogo. Um vermelho afogueado, exatamente igual a esse da foto. E para não me esquecer de lá, trouxe alguns tubérculos e os plantei no meu quintal da minha casa, em São Paulo. Fiquei esperando pelo inverno, o tempo de suas flores. A vida do cristão que anda em sinceridade com Deus é também muito parecida com as flores desse lírio.

Lírios são clásicos da natureza, cantados em muitas poesias e até mesmo o próprio Senhor Jesus Cristo recitou: Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.

Os lírios vermelhos que plantei no meu quintal, nasceram, cresceram, ficaram verdinhos mas não floriram.

Na terra das Gerais, no vale do Rio Caratinga o período da seca começa no mês de junho e vai até meados de outubro. Isto coincide com o inverno. E quando os pastos perdem todo o verde e chão se mostra seco de verdade, as hastes do lírio vermelho surgem do chão endurecido e cumprimentam a natureza vizinha com aquela cor vermelho-fogo surpreendente.

O clima em São Paulo é diferente e no meu quintal o lírio só produziu folhas verdes e abundantes. Nem mesmo secou no período do inverno. Então eu me lembrei que faltava uma coisa para que ele florisse. E foi assim que arranquei suas "batatas" de um lugar fresco, ensombreado e fiz uma mudança. Eu plantei meu lírio vermelho no jardim, à frente da casa, no lugar mais quente e mais seco, onde o sol da tarde queimava de tão quente.

No inverno seguinte, as flores vieram. Lindas, com o mesmo vermelho-fogo de meus dias de garoto. Este ano, não foi diferente. Elas apenas vieram atrasadas - no mês de agosto. E quando olho para elas, revejo antigas imagens de lírios florindo nos lugares mais secos e improváveis na minha terra das Gerais.

Hoje pela manhã eu estava meditando. Pensando com a vida de um crente é parecida com um lírio. Se ele passar todos seus dias debaixo de boa sombra, água fresca e pouco calor do sol, ela também não floresce. E isto é mesmo verdade, pois os cristãos mais experientes e que dão fruto na comunidade local, por certo passaram por períodos de grande provação ou dificuldades.

O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza. É no deserto que Deus faz brotar rios para dar água aos sedentos. Se você está enfrentando dias muito difíceis, não desanime, pois Deus está preparando você para receber as maiores bênçãos da sua vida. E não somente isto, mas para que também seja uma bênção para seu próximo.

Eu falei do lírio vermelho, planta da minha terra. Mas eu conheço o lírio branco, aquele que é o mais perfumado de todos os lírios. Simplicidade e beleza, brotando e florindo na terra mais seca. Não se preocupe em demasia com suas lutas. Nem se aborreça porque o dia da bênção está custando a chegar.

Porque ele vai chegar no inverno, em pleno tempo da seca. E você vai se alegrar com o lírio da minha casa, que se veste de vermelho para louvar ao Senhor. Eu sei disso, porque já passei por 11 anos de desemprego, e depois de "velho", com mais de 53 anos veio a melhor oportunidade da minha vida.

Fique firme. Confie no Senhor, o dono dos lírios.




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sexta-feira, julho 29, 2011

Um quintal ecológico

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Goiba
Goiabeira

João Cruzué
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Este post é dedicado aos amigos que tenham um quintal onde bate a luz do sol e desejam se distrair com alguma atividade ou matar as saudades do campo - como eu. Antes de ir ao assunto, tenho bastantes coisas em Olhar Ecológico para você examinar.

Bem, no meu quintal uma das primeiras árvores que plantei foi uma goiabeira vermelha. Isso já faz mais de 25 anos. Minha filha tinha acabado de nascer e eu queria que ela tivesse uma árvore para amarrar uma gangorra.

Foi assim: ao passar pelo Rua Martiniano de Carvalho, na Bela Vista, tinha um senhor que vendia frutas debaixo de uma sombra. E eu vi umas goiabas lindas, com as cascas com muitas rugas que na terra dos mineiros se dá o nome de "carcachentas". Levei duas para casa e plantei algumas sementes no quintal. Casa nova, quintal vazio... E em alguns meses tinha mudas para mim e para os vizinhos.

O tempo passou e a goiabeira cresceu. Acho que lá pelos quatro/cinco anos, como imaginara, amarrei uma corda em um dos galhos do lado direito, próximo ao muro. Ali minha primeira filha balançava, colocando os pés lá em cima.

O tempo passou outros cinco anos, e agora a goiabeira estava ainda mais alta. E foi em um galho muito mais forte, do lado direito, que amarrei outra gangorra. Nela, minha outra filha balançava tão alto que seus pés quase tocavam as telhas da varanda.

É claro nestes dez anos cheguei a plantar uma mangueira, um limoeiro, um pé de mexerica, uma nespereira e por fim um caquizeiro. Naturalmente, embora o quintal seja bem pequeno, essas árvores em certas épocas serviram de tutor para meus pés de chuchus e maracujá.

A terra era ruim... mas eu não contava com a generosidade da primeira goiabeira. Todo ano, antes da primavera, ela derrubava todas suas folhas do chão. No verão, já eram algumas centenas de goiabas (bichadas) que seguiam pelo mesmo caminho. Embora fossem poucas as goiabas sem bichos (lagartinhas brancas) a massa orgânica de folhas e frutos colhidos eram depositados sobre a terra no fundo do quintal. Ali eu ia cobrindo de tempos em tempos com terra. Às vezes a chuva molhava, outras vezes eu mesmo aguava... e uma multidão de minhocas escuras (puladeiras) cuidavam de transformar aquelas folhas secas e frutos em terra orgânica escura em bem menos tempo que os dois anos de decomposição natural.

Pronto. É por isso que em matéria de chuchus devo ser o "plantador-mor" aqui de Sampa. Brincadeiras à parte, é raro um pé de chuchu meu não dar menos que uns 400 frutos por ano. Eu tenho aquela variedade verde-escura. Já acostumei com pencas de dois e até de três frutos. Também já tive um pé de maracujá com muita produção. Eles crescem e se apoiam (tutor) ora no pé de manga, ora no pé de goiaba.

E por falar em chuchus, suas folhas (quatro) fervidas em um litro de água, produzem um chá de excelente uso: reduzir a hipertensão. Junte mais um litro de água ao chá, e beba tudo no mesmo dia. Pode repetir na outra semana. Foi assim, junto com as caminhadas que faço, que minha pressão desceu de 16 para 12 x 8.

Poderia continuar falando do pé de caqui, da mexerica, do limão, mas vou continuar com a goiabeira. Uns seis anos atrás, veio um pedreiro e cimentou à volta do seu pé. Isso apodreceu sua casca, rente ao solo, e isso, infelizmente, a sentenciou à morte. Daí precisei serrar seus galhos, das pontas ao pé, com muita tristeza. Só para se ter uma ideia de quão doida era essa goiabeira, uma vez meu parente e eu contamos 182 goiabinhas verdes em dois metros de galho. Um absurdo. Uma boa notícia, porém, brotou daquele tronco moribundo. De suas raízes nasceu um pequeno galho, que cresceu, e hoje atinge uns sete metros de altura. Um novo galho, também do lado direito, já está pronto para receber a gangorra onde meu neto, o Nino, também vai balançar.

Por que um quintal ecológico? Bem, em meu plano inicial ao levar para casa aquelas duas goiabas vermelhas, para me prover de uma árvore, eu nunca imaginara que ela desse tantas folhas e tantos frutos todo ano para que tivesse um solo com uma riqueza orgânica tão efetivo. Bastava juntar aquilo lá no fundo do quintal e cobrir com terra, molhar, para que surgissem as minhocas e apressar o trabalho de decomposição. Terra escura da melhor qualidade, que depois de peneirada com areia e terra vermelha, é o "must" para canteirinhos ou porta-terra para cebolas, salsas, couves, lírios e outras flores. Substrato excelente também para fazer mudas em saquinhos ou bandeijas.

Se você me perguntar o que vou fazer com o fim das minhas férias, anote aí: trouxe uma cidra para casa. Ela deve possuir umas 70 sementes. Assim como já fiz no passado, vou plantar cada semente em um saquinho cheio de terra do quintal, para conseguir o maior número de mudas possíveis, para depois levá-las de volta para o sítio.

Conclusão: plante um pé de goiabeira vermelha no quintal. Em menos de seis anos você vai ter muitas folhas para montar uma "fábrica de minhocas" e galhos para fazer um balanço para seus filhos e quem sabe, netos.

Abraço do João.



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