sábado, novembro 21, 2009

A Política Evangélica: Irmão vota em irmão?



João Cruzué

As pessoas
não cristãs cobram dos crentes um posição interessante. Elas dizem: Crentes devem cuidar de religião e ficarem fora da política. Um sofisma hipócrita que parece verdade na cabeça de muitos irmãos. No fundo eles estão dizendo que não querem os crentes envolvidos com política para que o destino da nação fique apenas nas mãos de ímpios e incrédulos. Nós, os crentes em Cristo, devemos ser sal e luz em todas as áreas e penetrar em todos os extratos sociais. Por outro lado, quanto aos políticos evangélicos que trouxeram escândalo à Igreja e à sociedade, eles foram reprovados e não merecem mais o seu voto.

Nada contra votar em pastor, filho de pastor, sobrinha de pastor. Acho correto que em tempos de "lei" de homofobia, por exemplo, e outras coisas piores que virão por aí, o bordão político irmão vota em irmão é razoável. Mas no dia que qualquer deles pisarem na cruz por insuficiência moral e atos desonestos, réprobos, escandalosos, eu tenho uma opinião: NUNCA MAIS VOTE NELE!

Não se deixe enganar com desculpas espertas.

Nem que um anjo desça do céu e lhe peça o voto. Nem se um Pastor presidente venha jurar para que conceda outra oportunidade. Se você tornar a votar
em um político que trouxe má fama para o povo crente, infelizmente, é por burrice sua. Vou dizer mais, não pode haver lealdade nem compromisso com o ministério que justifique o voto em um quem jogou lama no testemunho da Igreja.

Se você não der o seu recado de forma bem clara nas urnas, eles e seus criadores nunca vão aprender.
Chega de evangélico sem caráter na política. Eles sinalizam à sociedade que os pastores evangélicos são homens corruptos. Farinha do mesmo saco.

É isso que
penso, e não pode ser por menos. Irmão vota em irmão? Certo, mas o compromisso permanece tão somente enquanto ele der bom testemunho de cristão.





Para que servem as provações

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João Cruzué

Por que será que o Senhor Deus sendo tão bondoso, dono do ouro e da prata, permite que cristãos fiéis sofram? Aparentemente é um contra-senso a visão de ímpios vivendo regaladamente, incrédulos se "dando" bem na vida enquanto honestos filhos de Deus estejam comendo a poeira do deserto. Uma corrente filosófica diz que Deus criou mesmo o mundo e os seres humanos, mas que os deixou à mercê das circunstâncias e da própria sorte a semelhança de uma tartaruga marinha. Quero dar meu testemunho para desmentir este sofisma.

Entre 31 de julho de 1992 e 13 de julho de 2003, eu fiquei desempregado. Bati em muitas portas, fiz muitas entrevistas, enviei centenas de currículos, falhando em todas as tentativas, exceto uma.

Neste tempo perdi quase tudo que possuía. Para reduzir a despesa doméstica cortei os gastos de quase tudo. Tiramos nossa primeira filha da escola particular. Vendemos nossa linha de telefone. Nossa segundo filha estou do ensino básico ao colégio em escola pública. Até nossa comida foi medida, até o ponto de voltar do supermercado com meio kilo de café e dar graças a Deus em casa com lágrimas nos olhos.

Por falta de melhores oportunidades fui para o sítio plantar mandiocas. À mão. Na vida espiritual Deus me chamou para juntar literatura usada de Escola Dominical para mandar para as igrejas do cárcere dentro das penitenciárias do Estado de São Paulo.

Mas em julho de 2003, onze anos depois, uma porta se abriu. Era um contrato de emergência para ser contador em um Hospital da Zona sul de São Paulo. No ano seguinte houve o concurso, e recebi a contratação definitiva. Durante aqueles seis anos vi muita gente nova chegando e tomando cargos maiores que por direito de oportunidade seriam meus. Todavia eu mantive um princípio: o que Deus me desse ninguém tomaria.

Em 2009, fui convidado a deixar o posto para fazer parte da equipe de contadores da Secretaria de Finanças do Município de São Paulo. Fui aprovado em entrevista feita com o próprio Secretário. Só que eu seria emprestado. Ficaria por lá à mercê do tempo e dos ventos. Entretanto, era um grande honra. Não são todos os que são convidados para trabalhar naquele departamento

Mas surgiu outra oportunidade ainda maior.

Há poucos dias recebi um telegrama. Antes de assumir o novo cargo. Pensei que era alguma conta atrasada ou coisa parecida. Mas não era. Falava de concurso. Uma convocação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para a cerimônia de nomeação em um cargo mais importante e um salário dobrado.

Buscando na memória alguma lembrança do tal concurso fui parar em 11 de dezembro de 2005. Foi a data da prova. Não é qualquer dia que um concurso de validade por dois anos, é prorrogado por mais dois e alguém lhe manda um telegrama para vir escolher a vaga depois de quatro anos. Foi o Senhor que me deu. E avisou que Ele foi o autor da oportunidade.

Isto aconteceu comigo neste mês de novembro.

O Senhor permitiu que eu fosse provado. Amassado. Afinado. Provasse a poeira do deserto. Chamado de "coitadinho" pelos familiares. E aos 54 anos quando os familiares achavam que minha vida sempre seria medíocre, algo aconteceu. Ele me concedeu duas oportunidades ao mesmo tempo. Uma, ainda maior que a primeira. Então eu entendi que Deus não nos trata como estranhos. Ele nos corrige e até deixa passar por provações para que depois os olhos de todos vejam o tamanho da bênção que ele reservou para nós.

Se você está no deserto comendo poeira e sob sol forte, não desanime. Mantenha-se ocupado na vida material e arranje alguma coisa de Deus para trabalhar na Igreja, no plano espiritual. Não descuide dos exercícios físicos nem da oração. Mantenha equilibrados o corpo e a alma. O Senhor não se esqueceu de você. Ele não vai tirar você do deserto. Nem da fornalha. A presença dele ao seu lado é uma promessa fiel. E um dia, quando você nem estiver esperando mais, ele vai fazer com você a mesma coisa que fez comigo.

Uma maravilhosa supresa!

As provações são tempos de nossa vida que antecedem as grandes bênçãos. Basta ser fiel no pouco. E não ficar deitado no pó. Todo dia é dia de se levantar , e orar, e contar os dias que faltam para o dia da sua vitória. É durante as provações que aprendemos como é que se diz: muito obrigado Jesus! com a alma.